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domingo, 17 de abril de 2011


Verde-Lusgo

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Eu era verde-limão
Foi o que a amiga me disse uma vez
Verde-musgo é o que você é agora
Ela completou
Eu havia mudado de cor
De limão a musgo eu me transformei
Foi o que a amiga falou

Verde-Limão é tão vivo
que machuca os olhos
Parece uma Nova York de átomos em festa
Cantarolando, pulando, dançando
Parece que eles não se cansam
Aproveitam de tudo
até o final
até o final
e o final
acaba
por se tornar
banal

E o verde-limão que dançou com vida
vai murchando
se cansa
vai dormir, ou só descansar
Na verdade, ele fica com preguiça de voltar
Deixei o meu verde-limão ninar
Não sei onde ele está morando, descansando
Só sei que não quer acordar

Verde-Limão murchou
Continua verde
mas o limão azedou
O que acontece quando o limão azeda?
Eu não sei
Minha amiga também não sabe
Acho que ele perde o tom
e vira um verde esquisito
o verde-musgo
o verde que eu sou.

Verde-Musgo
Não chama atenção de ninguém
Nem é tão vivo de doer os olhos
Nem cantarola e parece uma festa de átomos brincalhões
Verde-Musdo é aquela senhora que a Diane Arbus fotografou
Tem uma história bonita
Mas guarda só para ele

O Verde- Musgo,
eu disse para a minha amiga,
é o verde-limão brincando de esconde-esconde
Ou então, simplesmente, quando ele pede altas.

1 comentários:

Humanidades e Amenidades disse...

Quanto maisleio seus textos mais me apaixono pela sensibilidade das uas palavras! Muito mágico tudo que tenho lido aqui.

Rhayssa Belloti.