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terça-feira, 23 de março de 2010


S.O.S

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Escrevo esta carta, na esperança de alguém, do outro lado do mar, a encontre. Garrafas de plástico e vidro são o que menos falta nessa ilha deserta em que estou, então, acredito eu, que se eu mandar várias cópias dessa carta em garrafas como essas, alguém, em algum lugar do outro lado do oceano, irá em contrar.
Preciso ser salva. Logo, seria muito muito mais fácil eu escrever apenas S.O.S, mas não é esse tipo de salvação que preciso. Não preciso ser resgatada, preciso ser salva, preciso respirar. O ar dessa ilha não me faz bem, e por mais que eu me esforce para não fazer parte dessa máfia que enxerga melhor do que raciocina, não consigo. E muito difícil ter que andar sozinha até a parte mais bonita da ilha, quando todos os meus companheiros preferem nadar na beirada do mar. O que faço? Vou sozinha até a parte mais bonita ou fico nadando na beirada, junto aos meus companheiros, onde não existem peixinhos nem algas para serem vistos, debaixo da água cristalina?
Um dia chego lá, quem sabe.

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